sábado, 19 de abril de 2014

Tecido conjuntivo propriamente dito - parte 2

Tecido adiposo
O tecido adiposo faz parte do grupo de subtipos de tecidos conjuntivos reunidos sob a denominação de Tecido conjuntivo de propriedades especiais.
É constituído de células denominadas adipócitos, separadas entre si por pequena quantidade de matriz extracelular. Esta é constituída em grande parte por uma rede de delgadas fibras reticulares formadas principalmente por colágeno tipo III e pouco observáveis ao microscópio de luz com colorações rotineiras. Além dos adipócitos, são encontradas quantidades menores de outras células residentes e transientes do tecido conjuntivo.
Os adipócitos se caracterizam por acumular lipídios em seu citoplasma, sob forma de pequenas gotas suspensas no citosol. Estas gotas não são revestidas por membranas e são, portanto, consideradas inclusões.
O número e tamanho das gotas de lipídios nos adipócitos pode variar consideravelmente. Quando os adipócitos se desenvolvem acumulam lipídios e há numerosas pequenas gotas deste material no citoplasma.
  • No tecido adiposo unilocular estas gotas acabam se fundindo em uma grande gota que ocupa a maior parte do adipócito, deslocando o restante do citoplasma e o núcleo para a periferia da célula.
  • No tecido adiposo multilocular os adipócitos mantêm muitas pequenas gotas de lipídios no citoplasma e o núcleo ocupa diferentes posições na célula, seja no centro ou na periferia.


 


Os tecidos adiposos uni e multilocular têm grandes diferenças funcionais, além da diferente distribuição e tamanho das gotas de lipídios.

O tecido unilocular predomina muito em quantidade sobre o multilocular. Constitui o que se chama habitualmente de "gordura". Macroscopicamente sua cor é frequentemente amarela devido a pigmentos e vitaminas dissolvidos nos lipídios e por esta razão também é denominado de gordura amarela. É o principal reservatório de lipídios para serem usados como fonte de energia. É encontrado espalhado em quase todo o organismo e, além disso, concentra-se em algumas partes onde forma coxins de apoio (nas palmas das mãos, planta dos pés e nádegas), na cavidade abdominal (especialmente em estruturas denominadas epiplons e em torno de órgãos desta cavidade), nas camadas profundas da pele (camada subcutânea), na parte posterior dos globos oculares. Além de reservatório energético e servir como coxins de apoio o tecido adiposo unilocular serve para preenchimento de locais entre órgãos e sustentação de órgãos. Há diferenças sexuais na distribuição de tecido adiposo unilocular.

Na espécie humana o tecido multilocular é encontrado quase que somente em recém nascidos. É encontrado regularmente em espécies animais que hibernam. Sua localização é geralmente na região das cinturas pélvica e escapular (por exemplo em torno da laringe e traquéia e em torno da adrenal). Sua função conhecida é "reanimar" animais que estejam no fim da fase de hibernação, por meio do aquecimento do sangue que passa pelos numerosos capilares existentes neste tecido. Ao fim da hibernação os adipócitos deste subtipo de tecido adiposo recebem sinalização para metabolizar os lipídios e liberar energia térmica que é transmitida para o sangue, assim lentamente elevando a temperatura do resto do corpo. A coloração natural do tecido multilocular é mais escura e por esta razão também é denominado gordura parda ou marrom.
As mitocôndrias das células do tecido adiposo multilocular transformam a maior parte da energia dos lipídios em energia térmica, em vez de produzir ATP, comportamento portanto diferente do que acontece na maioria das outras células do organismo, inclusive das células adiposas do tecido unilocular.

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